quarta-feira, 23 de março de 2011

Marco Schultz - Satsang, música, Zen e amor

Repórter Especial TudoZen.com

Transcrição da entrevista com Marco Shultz por ALT


Sou mais um peregrino, do autoconhecimento, buscando compartilhar com as pessoas as bênçãos que eu tive, a oportunidade que eu tive de viver nesses...anos todos de vida aí...quarenta anos agora e...já viajei muito, estudei diferentes áreas...e compartilho com as pessoas através principalmente da tradição do Yoga, tradição do Darma, é...o caminho do autoconhecimento, então é, a idéia é buscar literalmente compartilhar, viver me vejo mais como um facilitador, e não como um professor, um irmão, que tá ali, buscando se apoiar em tradições milenares que tem propostas tão bonitas mas numa forma assim mais humana é humanizada, melhor dizendo aonde a idéia é realmente poder potencializar a experiência humana, e através disso talvez ter uma, uma vida mais equilibrada, uma vida mais consciente.

Espiritualidade pra mim é isso: sermos mais equilibrados, mais conscientes, mais responsáveis na nossa existência humana, no dia a dia mesmo. Quando a gente coloca a espiritualidade né num nível muito elevado, ou oriental, ou mistificado aí fica uma coisa inacessível, talvez até uma fantasia a mais, uma ilusão a mais na nossa vida. Então, a idéia é buscar viver a nossa vida humana mesmo, com nossas qualidades, com as nossas limitações de uma forma mais inteira, né reconhecendo que sim somos imperfeitos aonde estamos mais que a realidade do ser é uma realidade sim perfeita e a busca é toda essa da gente descobrir, é...o que verdadeiramente somos, pra que possamos estar onde estamos é nesse momento humano, é duma forma cada vez mais, mais equilibrada, mais consciente, mais solidária, mais fraterna, e nisso tudo nosso conhecimento né.

Satsang

O Satsang é um propósito bastante simples, é simples no sentido assim do seu objetivo, dessa vontade de compartilhar com as pessoas um momento da onde a gente se desveste de os personagens que a gente representa no dia a dia, na vida, e que a gente possa estar ali em união, num momento assim de fraternidade sem rótulos, sem marcas sem currículo. A palavra Sat significa Satia, vem de satia, verdade, não é a minha verdade, não é a verdade de ninguém é a verdade maior, a verdade absoluta. Então é um momento bem bacana porque é uma oportunidade das pessoas saírem das suas verdades relativas, né? Eu, você e nós, pra que a gente possa através dessa abertura ao algo a mais ter a chance de internamente, espontaneamente ter uma experiência de unidade, uma experiência de unidade de nos aproxima dessa verdade do todo. Então Satya, essa verdade, é o propósito do Satsang. A palavra Sanga é uma palavra que, que representa a irmandade, a fraternidade não nesseriamente, principalmente nos dias de hoje, acreditando na mesma coisa, seguindo o mesmo mestre mas a fraternidade universal aonde as pessoas se reúnem, pessoas com diferentes estilos de vida, com diferentes caminhos, mas naquele momento a gente abre mão de tudo isso, das nossas diferenças pra que a gente possa de fato honrar um momento de possibilidade, de unidade. Então Satsang significa é, o propósito do Satsang é exatamente esse, a gente pode ter a experiência autêntica do Yoga que significa a união, a integração mas num sentido talvez mais acessível e humano é a experiência da relação que a gente tem com essa algo a mais do personagem que estamos, ou seja, com a realidade do ser aonde eu sou, você também é, sem rótulos, sem adjetivos, sem marcas, enfim, é onde a gente possa é fortalecer talvez esse, esse pulso através dos cantos de mantra, através do silêncio, através da meditação, através de momentos de oração, de ensinamentos aonde a gente possa empurrar um e o outro em direção à essa experiência da verdade maior.

Música

A música sempre me ajudou num nível assim de nutrição mesmo humano, a música encanta, a música nos nutre. Eu sempre fui muito interessado e mais num cenário assim né de World Music aonde enfim você vê as diferentes tradições compartilhando aquele, aquele pulso expressando né, o seu louvou de formas diferentes, então sempre me encantou muito essa questão da música devocional, das diferentes traduções. E essa história minha particularmente com a música na verdade não é num sentido estético, num sentido performático, é mais um Sadana mesmo né, a prática espiritual usando o canto devocional como instrumento. Então, a música pra mim é uma forma de expressar o meu amor ou a minha saudade, né, a minha carência do todo, de Deus, do sagrado e os Mantras os Kirtans, os cantos devocionais eles, eles auxiliam todo esse processo. É, aconteceu sem querer na verdade. Eu sinto que é uma benção que eu, que eu recebi mesmo porque não foi nada montado, foi tudo sem querer. É mais hoje é interessante, eu sinto assim que a música , especificamente a questão dos cantos devocionais, com tudo que a gente faz, essa questão do CD’s essa questão de viajar com os Satsangs, e os Satsangs serem enriquecidos pela música, pelo canto o tempo todo, é uma ferramenta sabe pra reunir as pessoas pra talvez trazer pra minha vida e pra vida das pessoas também um momento aonde a gente pode se encantar. A vida muitas vezes fica é né numa vida num quadro preto e branco e esse colorido falta. E a música traz esse colorido. Mas não um colorido também romântico, poético. E talvez seja também porque é sempre bonito, estar junto cantanto. Mas o propósito é diferente de uma estética. É realmente auxiliar na prática né de aquietamento mental e talvez através disso né a gente se sentir mais relaxado e relaxado a gente se poder conectar com essa unidade. Eu não tenho pessoalmente problema algum com a palavra Deus, o propósito de Deus. É mas, a história não se resume à um conceito de Deus. A história se resume naquilo que eu tava colocando, a uma verdade maior. A Satya. E nesse sentido a experiência espiritual das pessoas é autêntica, é espontânea, é particular. É interna, né? A experiência mística é justamente essa: a gente tem que desmistificar tudo primeiro talvez, aquietando nossa mente das crenças, dos padrões, dos conceitos e através dessa experiência ter no chão meditativo uma expressão devocional que é a realidade de Deus...

Zen

Zen pra mim é estar inteiro. É ser inteiro. A gente pratica essa “inteireza” através da existência humana pra de fato entender esse sentimento, essa realização de unidade. Então inteireza pra mim é, é ser ZEN.

Amor

Amor. Amor pra mim é Deus. É, o nosso amor relativo é importante, o nosso amor poético e romântico é importante mas ele se limita a nossa experiência dual. Então, esse amor de “A maiúsculo” é Deus. E de novo um Deus de não de conceitos, mas essa experiência é interna, silenciosa a onde a gente ta bem apesar de tudo.

Vida

Vida é a oportunidade da gente entender as tantas possibilidades que existem além dos nossos conceitos, além do nosso karma, além de nossas crenças. Vida. Vida é tudo. A gente ta aqui pra fazer dessa vida relativa de superfície mais tão importante, humana, né um salto pra uma vida tão maior, sem negar nada da nossa existência dual momentânea, mais o que eu busco mesmo é essa vida de “V” maiúsculo né. É honrando a vida de “v” minúsculo que a gente ta aqui vivendo, mais vida é tão mais que eu posso imaginar, é mais simples sabe. Sinto no coração tanto mais se experimentar, se vivenciar. Vida é viver.

Entrevista concedida a José Carlos Machado no dia 05/11/2009

http://www.espacointegração.com.br

Fonte Youtube: http://www.youtube.com/watch?v=W8Fu047zQ5U&feature=player_embedded


Sugiro acompanhar com a canção Hanuman, Simplesmente Yoga: http://www.youtube.com/watch?v=enkqzm59ZKc


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